Um Sentindo em minha Vida!

Criar uma Loja Virtual Grátis

"EU E MEU SILÊNCIO"

"EU E MEU SILÊNCIO"

                                                        

                                                       

1984.Acredito eu ser uma das piores épocas da minha vida.  O que lembro da minha infância? Enquanto toda criança normal brinca com seus amiguinhos,eu não brincava, porque na verdade nem amiguinhos eu tinha, a minha vida de criança era muito privada,o meu pai era muito rigoroso com a gente,nem brinquedo me lembro de ter ganhado do meu pai,tinha sim uma coisa que odiava fazer,que era tirar fotos,sempre tive na mente que foto você tira pra guardar boas lembranças, e meu pai brigava todas as vezes que ia tirar foto porque eu não sorria,sempre ficava séria,porque eu iria sorrir se não tinha motivos pra isso,não, eu não conseguia ser hipócrita,eu mal conseguia ficar em casa sempre que eu podia fugia pra casa da Dona Helena,porque ela fazia uma comida gostosa no fogão a lenha,adorava a companhia dela, sempre foi pra mim uma segunda mãe,ela me ajudou muito quando mais precisei mais essa história fica pra depois.

    Eu me lembro de algumas coisas,mais me lembro,talvez,o suficiente pra continuar a viver a minha vida.

    Me  lembro de  tudo de ruim,engraçado,não me lembro de nada de bom,porque  será? Será que é porque não tive na verdade momentos bons na minha vida?Será que me lembro de coisas ruins porque só vivi coisas ruins? Não sei ,só sei que quem sabe bem sou eu.

    A família da parte de minha mãe é inusitada,todos eles tem uma história ruim pra contar,ex:__A minha mãe foi estuprada,o meu tio Edinaldo virou bandido,o meu tio Nivaldo virou alcoólatra,o meu tio Aguinaldo era um verdadeiro mulherengo e depois pra variar virou pastor,o meu tio Douglas sempre foi um homem com mentalidade de uma criança,a minha tia Aparecida suportável porque o marido dela a suportava,e um outro tio ai que não me lembro o nome dele cujo era conhecido como (JIJÃO) morreu assassinado por mexer naquilo que não lhe pertencia,a minha avó a mãe de todos, também era alcoólatra e se suicidou tomando pó-de-vidro com a famosa (51) ao descobri que o meu avô,tinha uma amante,muito boba mesmo;porque ela se matou e ele ficou mesmo com a amante,que por sinal era muito legal.O meu avô também não era flor que cheirava bem não,ele também era um alcoólatra,e dos piores,daqueles que perdia até a memória depois que bebia demais.

    A minha família, se é que posso chamar assim!Uma porcaria de família que nunca me apoiou em nada, na verdade sempre me odiou! Pergunto eu...porque DEUS permitiu o meu nascimento,já que meu pai deu remédio,para minha mãe me abortar...porque não fui abortada, quando ouve a oportunidade nas mãos daquela  família?

    O homem que me colocou no mundo,é outro que não me suporta, porque talvez eu não fui o que ele esperava o que eu fosse,na verdade ele queria que fosse a sua mulher,coisa que ele não era capaz de arrumar como homem,e quando bebia não me via como filha e sim como um objeto sexual,meu pai me obrigava a tomar banho com ele todas as vezes que bebia,mais isso sim eu quero apagar da minha vida,mais quem vai me ouvir, a não ser os meus malditos pensamentos,quem vai me ouvir se não tenho amigos ou alguém pra contar os meus problemas, e quem também se interessa pelos problemas dos outros?Na verdade ninguém quer se meter aonde não é chamado.

    Me lembro de uma certa vez, de minha mãe chorando,no fundo do quintal e eu e meu irmão Henrique, trancado no quarto,porque toda vez que meu pai e minha mãe brigavam,ele trancava nós no quarto.

        Nunca presenciei nenhuma violência do tipo que ele batesse nela ou coisa assim, mais já presenciei sim, a forma que ele tratava, tipo com muita ignorância a ponto dele jogar todos os movéis que ele conseguia no chão.

    A minha mãe tinha um dom próprio que era fazer seu crochê e tricô, na verdade ela já sabia a pessoa que ela tinha do lado tipo, uma pessoa totalmente fora do normal e incapaz de fazer uma pessoa como a minha mãe feliz, um homem que dava valor a bebida somente, uma pessoa que só pensava nele o tempo todo, nunca se importou com nada, e se hoje  tem uma profissão foi porque teve um pouco de juízo na cabeça,pra sustentar o seu próprio vício.

    Ele o meu pai, contava que o próprio pai dele, cujo o meu avô nem gostava dele,não se sabe o porque,na verdade ele conta que é por causa da cor da pele,porque meu avô era gaúcho da pele bem clara e dos olhos claros,e meu pai foi o único dos cinco irmãos que nasceu com a pele morena e olhos escuros,se conta que meu avô não deixava nem meu pai se sentar a mesa para almoçar,jantar ou mesmo se quer tomar um café,parece que ele se sentava no chão,era tratado como um animal, a raiva era tanta que inibia que os dois ficassem próximos um do outro,e parece que foi assim a vida toda,e tudo que ele viveu na sua medíocre vida, passou como forma de educação para mim e para meu irmão, ou seja, nada...

    Bom, não posso falar muito do meu avô afinal não tive o desprazer de conhecê-lo, então o que falar de um (DESCONHECIDO) pelo menos pra mim,há já ouvi falar sim muito dele,por ex:Que era um homem de muitas mulheres,e que seus filhos e supostos herdeiros eram muitos, herdeiros porque ouvi dizer que meu avô tinha uma transportadora e algumas casas de aluguéis,sinceramente eu não sei. Enfim o que falar da mulher do meu avô, sim porque vou incluir ela na minha história, porque pra usar o verbo aberto, e português claro eu odeio ela; nossa como falar assim de uma pobre velha avó, sim, falo sim, falo porque eu sei de muita coisa que ela fazia contra minha mãe e o que ela fez comigo também, sim porque ‘’quem bate esquece, mais quem apanha sempre lembra’’, ela sim pode ter esquecido o que já fez na vida dela inteira,mais eu me lembro muito bem;

    Me lembro, de uma certa vez que meu pai chegou bêbado em casa,e começou a brigar com minha mãe,e começou a fazer a tal festinha dele,só que dessa vez ele foi um pouco longe demais,jogou toda a comida do dia no chão,tudo o que foi preparado para comermos naquele suposto dia ele destruiu; e pra variar a minha avó,chegou naquela mesma hora e sem saber de absolutamente de nada foi julgando a minha mãe,chamando-a de ‘’PORCA’’,essas palavras entraram na minha mente de uma maneira que nunca mais saíram,e carrego comigo e ninguém é capaz de tirar.

    Uma certa vez, me lembro, que meu pai se trancou no quarto com minha mãe,e pediu que eu e meu irmão fossemos para o parquinho,e acredito eu, não quero falar demais,mais tenho quase certeza que ela foi abusada ali,naquele momento por aquele  monstro,que cujo DEUS escolheu pra ser meu pai.

    Me lembro, de minha mãe sendo sempre carinhosa, ajudando o meu pai no que ela podia,e meu pai sempre sendo o ignorante da história; sei  de uma história que vou mencionar aqui,carrego comigo uma pequena dúvida a respeito de meu nascimento,sei que minha mãe quando ainda era de menor,foi estrupada e na  mesma época estava namorando meu pai,bom,ela apareceu grávida,e até hoje eu tenho as minhas dúvida se sou filha daquele que mal me criou,ou se sou filha do homem que a estrupou.....’’Fica ai a dúvida’’.

    Me lembro que minha mãe andava muito mal de saúde,íamos com ela no médico,porque ela sentia muito falta de ar e fortes dores no peito,ela também tinha epilepsia,onde ela teve uma crise e caiu no banheiro batendo a cabeça no vaso sanitário fazendo um corte profundo na região da testa,ela também tinha um problema que toda vez que se aborrecia aparecia em seu corpo manchas roxas e pretas,inclusive eu herdei isso da minha mãe,se me aborreço,no outro dia já está lá a famosa mancha.

    Uma vez a noite ela passou muito mal,acordei e fui até o banheiro onde ela se encontrava de joelhos com a cabeça em direção ao vaso, e vomitava  muito e verde,fiquei olhando pra ela e perguntei se ela tava passando mal e ela disse que eu fosse dormir porque na verdade ela não tava querendo que eu á visse daquele jeito,e enquanto isso o meu pai dormia como um anjo,pra não dizer ao contrário.

    No dia seguinte a minha mãe arrumou eu e meu irmão,com as melhores roupas que tínhamos e disse para nós que iríamos primeiro no médico com ela e na volta ficaríamos na escola,enquanto isso tomamos um café até a chegada do meu pai,que pra completar tudo,terminou de estragar o nosso dia ou melhor o dela.

    Meu pai vendo nós todos arrumados,perguntou com uma forte ironia se íamos sair,e minha mãe com suas fortes dores no peito respondeu que ela e nós, iríamos ao médico porque ela não estava se sentindo muito bem,e ele com muita raiva respondeu que ela e ninguém ia sair porque o que ela sentia era “frescura”,assim a minha mãe com todo respeito que tinha com meu pai,assim fez não foi ao médico;tentei me levantar ao mesmo tempo para tirar a minha roupa,e com olhar triste a minha mãe disse que eu e meu irmão podia ficar do mesmo jeito que estavamos,porque íamos pra escola com aquela roupa mesmo,que não tinha problema nenhum.

  Quando foi por volta do meio-dia,minha mãe se preparou para levarmos na escola,e chegando perto da escolinha,minha mãe para e me faz três pedidos,ela se agacha e me faz o 1° pedido;__‘’Minha filha,quero que você faça aquilo que eu não tive oportunidade na vida de ter,estudar...estude muito e se torne uma boa professora’’.

__Atenta ouvi calada e balancei a cabeça com sinal de positivo,afinal ainda era uma criança e jurava que estava apenas obedecendo a minha mãe.Depois veio o 2° pedido,__’’Cristina você daqui a pouco fica uma moça,e quero que cuida do seu irmãozinho pra mim’’;__Confesso que na hora não gostei muito da idéia,mais fazer o que;__Enfim o ultimo pedido__’’Minha filha promete pra mim que você vai arrumar um marido bom,pra se casar’’__ Finalizando os seus pedido notei que seus lábios estavam sem cor,e perguntei dessa forma para ela,__’’Mãe porque o seu (beiço) ta roxo?’’,__ e quando ela levantou a mão para tocar nos lábios também notei que as unhas dela estavam azuladas,então ela respondeu___’’Não sei,agora pega na mão do seu irmão e vá pra escola que eu vou ficar olhando daqui,porque a mamãe não ta agüentando mais andar.’’__Mais uma vez ela se agachou e deu um beijo no meu rosto e bem baixinho falou ao meu ouvido..’’ADEUS''.__Quando eu e meu irmão chegamos na escola,acenamos para ela dando um breve tchau,e ali a minha mãe se foi,andando mais alguns metros ela cai no chão vindo a óbito,ali a minha mãe morria com um ataque fulminante,morria ali aos 24 anos de idade dela,uma mulher nova com aparênciade uma mulher velha,judiada e menosprezada por todos.

    Enquanto tudo isso acontecia,estávamos na escola e DEUS sabe de todas as coisas,nesse triste dia,na escola pra mim era o melhor dia,havia um campeonato de tabuada e o vencedor ganhava um caderno e uma lapiseira,que na época era daquelas com ponta de lápis,e eu estava louca pra ganhar uma daquelas e fui firme no campeonato,me lembro como hoje a minha sala de aula,o chão era de taco as paredes ainda sem pinturas,tudo muito simples,e estava chegando a hora do campeonato e eu bem ativa,afinal queria muito ganhar,passado algumas horas e o campeonato,...resultado:GANHEI!!!!!! Isso mesmo,estava muito feliz porque havia conseguido ganhar um caderno novo e uma lapiseira nova,não via a hora de contar pra minha mãe quando chegasse em casa,quando estava chegando perto da hora de ir,eu sabia mais ou menos o horário por conta da merenda,sempre que merendávamos logo em seguida era hora de irmos embora,só que nesse dia foi um pouco diferente,eu e meu irmão fomos embora antes da hora,me lembro que a Dona Cida a diretora da escola foi na minha sala de aula,chorando pedindo que eu arrumasse as minhas coisinhas que eu ia embora mais cedo,mostrei toda feliz pra Dona Cida o que eu tinha ganhado no campeonato de tabuada,ela sorriu meio sem jeito,e me ajudou a colocar as minhas coisas dentro de um saco de arroz,sim porque eu não tinha condições nenhuma de ter uma mochila.Tudo pronto e quando saíamos para o pátio da escola,e dei de cara com minha tia Natália e uma vizinha a Dona Onice,todas chorando muito,e eu logo fui perguntando sobre a minha mãe,que não estava ali...e ninguém me respondia,entrei no carro da Dona Onice e fomos direto para a casa da minha tia,e chegando lá vi uma grande multidão que cercava a casa,muitas pessoas mesmo,parentes de meu pai e de minha mãe,e outras que eu nem conhecia,me colocaram sentada num muro e mais uma vez perguntei pela minha mãe,e ai veio a tão inesperada resposta....minha tia me responde__’’A sua mãe ta com o papai do céu’’,a minha única reação foi a de  chorar,...pedi que me levassem aonde a minha mãe estava e com muito custo me levaram,e me lembro que quando cheguei na capela da Santa Casa me deparei com um caixão marrom com duas coroas e um enfeite no formato de uma bíblia,rodeei aquele caixão,passei o dedo nos pequenos detalhes que nele tinha,e pedi que me levantassem pra ver ela,e me deparei com uma mulher toda azulada com algodão no nariz e na boca,e um véu que cobria o seu rosto,me desesperei e comecei a despernear e gritava muito querendo a minha mãe,o meu pai ficou nervoso nessa hora e pegou no meu braço e no braço do meu irmão e com um olhar que dava medo disse;__¨Quando eu morrer eu não quero nenhum de vocês dois no meu velório¨.__Largando nossos braços com muita raiva ali não vi ele mais até o enterro da minha mãe.

    Fiquei a noite toda ali,não queria sair daquele lugar por nada,porque sabia que seria a última vez que á veria,meu rosto doía muito de tanto que eu chorei,não queria comer nada,e na minha cabeça vinha a imagem ou melhor a ceninha do meu pai impedindo a minha mãe de ir ao médico.

    Assim que amanheceu o dia, antes do enterro,fui levada para a casa da Dona Onice,onde tomei um banho e consegui comer alguma coisa,alguns biscoito de água e sal com chá matte, o tempo todo eu chorava,eram lágrimas que não cessavam,minha cabeça doía muito eu tinha ânsia de vômitos o tempo todo.Depois de arrumada a próxima etapa era ir ao enterro.Chegando ao cemitério uma pequena multidão lá se encontrava;me sentei perto de um túmulo azul,enquanto o caixão da minha  mãe descia naquela cova fria e avermelhada,enquanto isso uma oração era feita e um homem gritava ‘’ALELUIA’’,até então acreditava eu que aquele louco,estava zombando da minha mãe,só que tempos mais tarde descobri que ele tinha problemas mentais.Uma pessoa não participou do enterro,foi meu pai,assim que a cova dela foi fechada,ele apareceu carregado por duas pessoas,ele estava bêbado,talvez naquele momento dele,podia ter passado algum remorso,por tudo que estava acontecendo.

    Fiquei ainda sobre o túmulo,chorando muito,enquanto o coveiro colocava  uma placa com os seguintes dizeres:                              ’’LT 38 QD1 9’’.Ali sim acabava a historia da minha mãe.

 

    De volta pra casa e uma nova rotina de vida,o que eu e meu irmão,iríamos fazer sem nossa mãe do nosso lado. Ao chegar em casa,ainda era tarde e o tempo estava nublado,não chovia,mais o dia estava diferente,meu pai sentou na mesa e pediu a  presença minha é a do meu irmão,ao sentarmos ele colocou sobre a mesa uma garrafa de champanhe,fez com que meu irmão o ajudasse a estourar,e colocou no copo e pediu que nós tomássemos junto com ele; pra ter uma idéia eu tinha 5 anos e meu irmão tinha acabado de fazer 3 anos.Foi proposital?Sim,ele sabia muito bem o que tava fazendo estava comemorando a morte da minha mãe,porque na verdade o casamento foi arranjando,na época do casamento a minha mãe tinha completado os seus 18 anos estava grávida e meu avô fez com que eles se casassem,onde que existia amor nessa relação,onde que um homem que ama a sua mulher faria o que ele já fez pra minha mãe,numa das brigas que ele teve com ela,ele chegou a matar o gato que ela tinha e pendurou na cerca de arame-farpado e proibiu que qualquer pessoa tirasse o gato que já apodrecia  naquele cercado,isso é uma das coisas que me lembro...fora os que eu não me lembro.       Percebi então a falta que minha mãe me fazia,sentia falta dos gritos,das palmadas,de quando eu ia pentear o meu cabelo que eu não gostava,e ela me batia porque eu resmungava,claro,o meu cabelo era muito grande e embaraçava com muita facilidade,doía muito...É até isso eu senti falta!.

    Ficamos muito tempo se alimentando de pão com mortadela e coca-cola,o meu pai trabalhava e quando chegava em casa não fazia comida,procurava dar para nós comermos o que era fácil de se fazer,era nessas horas que vinha na minha mente,o quanto a minha mãe fazia falta pra ele também,a ignorância dele se virou contra ele mesmo,onde tinha comida todos os dias,agora se encontrava até passando fome; Foi pra ele também um dos momentos mais difíceis da vida dele também,não era nada fácil começar do zero,eu via a sua dificuldade em lavar as nossas roupas,eu ainda ajudava cuidando da casa,uma vez ele inventou em fazer macarrão e meu irmão foi mexer na panela com água quente e a panela virou sobre ele deixando o seu peito com leves queimaduras,depois desse acidente ele resolveu deixarmos morar com a Dona Onice,aí sim começa uma nova história.

   Morar com Dona Onice,foi uma das melhores experiências que tive na minha vida. É descobrir uma vida que eu nunca pensei que fosse descobrir,ou,ter.  Fica até difícil,em expressar em palavras o que eu já vivi,ex:Foi lá que andei de carro pela primeira vez,foi lá que tive as minhas melhores roupas,foi lá que tive bons brinquedos. Era muito bom quando tinha festas de aniversario, porque tudo de gostoso que nunca imaginava tinha pra comer. Só o meu irmão teve a sorte de ter uma festa de aniversario,e foi muito boa e confesso que fiquei com ciúmes,porque eu nunca tive uma festa de aniversario...ta bom deixa isso pra lá.Chegava o dia que eu não esperava,o de cortar os meu longos cabelos, doía  muito todas as vezes que  ia pentear,sim,cortar porque estava empestado de piolhos,e minha mãe não cortava por conta de uma promessa,segundo até onde eu sei,parece que eu nasci sem um fio de cabelo,e para o desespero da minha mãe,ela correu até os pés da santa da Aparecida do norte e fez uma promessa,que se nascesse cabelo em mim,que ela não cortaria até eu completar 7 anos,e ainda colocaria o nome da santa como meu sobrenome,assim ela fez,tenho esse sobrenome e o meu cabelo então pela fé dela não parou de crescer,mais a promessa foi quebrada por conta que ela morreu antes que eu completasse os meus então esperado 7 anos.

   No dia que meu cabelo foi cortado me lembro como hoje,chorei muito,porque gostava do meu cabelo comprido,mais precisava  ser cuidado,mais eu não entendia,enfim,só me restava então chorar.  Morei 2 anos com Dona Onice,até que meu pai nos tirou de lá por pura ignorância dele.

   Fomos morar,com meu tio,onde o meu pesadelo começou de novo,não foi nada fácil morar lá,onde na casa da Dona Onice eu tinha minha própria cama,lá na casa do meu tio eu passei a dormir no chão,só ele tinha 7 filhos,mas eu e meu irmão,foi pra nove e a casa era muito pequena pra todo mundo,tudo que eu sofria de humilhação por não ter casa pra morar,sofria também de abuso sexual.

  Existia naquela época, um rapaz, que se chamava Sérgio,filho da Dona Helena,que mencionei no começo,todos tinha uma plena confiança nele,por ter crescido por ali,e ele tinha livre arbítrio de entrar e sair daquela casa,inclusive tomar banho,e numa  dessas vezes que ele foi lá,ele ficou até tarde da noite,e meu tio falou pra ele que ele podia ficar a vontade que meu tio ia dormir,como todo mundo foi dormir,e ele continuou acordado assistindo televisão,e eu dormia no chão da sala;Eu acabei acordando com ele em cima de mim,me abusando,não ouve penetração,mais ele tava escitado sobre mim,fazendo alguns movimentos,quando eu acordei e me mechi ele se assustou e saiu,não tive coragem de contar pra ninguém,porque sabia que ninguém iria me ouvir,já estava acostumada a ninguém a me ouvir mesmo.

   Esse mesmo rapaz o Sérgio,ele tinha outra mania que era,dizer pra mim e pra minhas primas,que era pra colocarmos a mão no bolso dele pra pegarmos dinheiro e quando fazíamos isso,ele estava daquele jeito,isso aconteceu uma vez comigo,e todas as vezes que ele pedia eu recusava,confesso que tinha muito medo dele,mais o fim dele chegou rápido,ele foi assassinado com três tiros na cabeça,enquanto brincava de jogar peão na rua com outros moleques.

  Dizer que tudo isso é normal,é mentira.

  Então passei a desacreditar até em DEUS,porque queria entender,a razão de tudo estar acontecendo de uma vez  na minha vida,e até hoje eu não encontrei uma resposta. Morar com minha nova família, era insignificante pra mim, chorei por muitas e muitas noites, cheguei a dormir com cachorro, porque fui expulsa da casa da meu tio,onde ele afirmava que a obrigação,de cuidar de mim e do meu irmão era a do meu pai,eu e meu irmão vivíamos uma vida de idas e voltas,era constrangedor todas as vezes que meu tio ia comprar roupas para os meu primos,e que chegava com muitas roupas e eu e meu irmão só ficava olhando,nossa que época difícil...

  Na hora da comida era a mesma coisa, éramos o ultimo a comer,comíamos na verdade o que sobrava,e se sobrava,já matei muita a minha fome com cana-de-açúcar,mandioca que eu roubava do vizinho,farofa com ovo mechido com café,e assim ia sobrevivendo,chinelo vim conhecer depois que trabalhei pela primeira vez e ganhei o meu primeiro 10 reais.

  Não sei até hoje se meu pai tem, idéia do que já aconteceu na nossa vida,nesse período meu pai conheceu uma nova pessoa,o nome dela é Rosana, na época,fiscal de um supermercado,por nome de Oswaldo & Joel.

  Não sei como os dois se conheceram e nem me interessa,só sei que na minha opinião foi um péssimo negócio.Então ele resolve,um certo dia me apresentar pra sua nova namorada,nossa me lembro como hoje,foi a primeira e ultima vez que aconteceu,ele atrás com ela e eu,a uns 10 metros na frente,tava nem ai pros dois,não fazia muito tempo que minha mãe tinha morrido e meu pai tava com outra pessoa,pra mim era uma das mais fatalidades que ele havia cometido.

   Mal sabia eu que mais um novo pesadelo em minha vida estava pra começar,e não tinha mais volta. Meu pai então resolve assumir essa mulher,e arruma um cômodo pra começar uma nova vida de casado,foi quando eu e meu irmão fomos morar com ele novamente. Depois de 3 anos morando com eu tio,pensava estar saindo de um pesadelo e estava na verdade entrando em outro. Tudo no começo parecia muito bem até que ela  passou a demonstrar quem realmente ela era,só que por trás do meu pai é claro. Ela tentou do jeito dela ser uma boa pessoa,mais não conseguiu,quando ela conheceu o meu pai ela sabia de mim e do meu irmão,não era nenhuma novidade pra ela. Mais mesmo assim,o inferno na minha vida começou e não mais parou. Tínhamos horário para tudo;para comermos,para dormir... E foi assim até eu encher o saco,e fugi de casa.

  Sr° Oswaldo agora era o novo patrão do meu pai,e ele foi e é como um segundo pai pra ele. Sr° Oswaldo,se comoveu ao ver o meu pai morando num cômodo,com duas crianças e uma nova esposa,então tomou uma atitude,que ninguém esperava.

   Meu pai foi morar num cômodo,que na verdade era uma guarita de uma fabrica de tijolo,e me lembro que nesse terreno,por de fato ser muito grande,havia altos muros ao redor deles,e eu por um ato de fé,sei lá,escrevi num pequeno papel,o seguinte pedido:’’SENHOR MEU DEUS,DÁ UMA CASA PRO MEU PAI,AMÉM’’,depois enrolei aquele papel,e coloquei no vão de uns dos muros.

  Com o passar dos tempos, o Sr° Oswaldo resolve comprar aquele terreno,e conversa com meu pai,a respeito de construir uma casa naquele local,o meu pai concordou e o negócio,ficou assim:O meu pai que trabalha pra ele de funileiro,de carteira assinada e tudo mais,não pagaria aluguel,mais,em compensação,não receberia férias e nem o tal 13° salário,e assim foi.Acompanhei toda a construção,passo a passo da casa,foi incrível,porque de alguma forma o meu pedido havia se realizado.Outro passo era nós entramos para a casa nova com tudo novo,mais ao contrário daquilo que eu sonhava,era apenas um pesadelo que começava na minha vida.Minha madrasta começou a fazer julgo o pronome de ''Madrasta'',começou a se auto-revelar,e foi assim que minha vida começou a virar um inferno.

   No  começo tudo parecia que ia bem,até que.....

  Eu acreditava que podia ser tudo diferente com a partida da minha mãe,quatro anos havia se passado,e meu pai parecia muito feliz. A convivência com minha madrasta era terrível,e muito dificíl.

 

  Apartir daqui,eu vou contar tudo o que eu vivi,e que hoje eu sei,que tinha solução,mais na época,pra mim não tinha opção,não tinha quem me ajudasse a superar tudo que eu superei,chegar até aqui foi e é ainda muito dificíl,mais não impossívél.

  A Rosana a minha ''madrasta'',no começo era um doce de pessoa,e aos poucos foi auto se revelando,de uma forma,que,só quem já passou por isso sabe do que eu estou falando.

 Eu tinha nessa época,10 anos de idade,andava descalça,cabelos despenteados,queimados do sol,andava suja;Começei a entrar na fase que chamamos de ''mocinha''e acreditem,não tinha ninguém que pudesse me ensinar a lidar com aquilo,o meu pai notou que eu estava estranha e resolveu conversar comigo,eu chorei muito e revelei o que estava acontecendo,não se surpreenda com o que vou falar,porque quando decidi escrever sobre mim mesma,assumi um compromisso de auto-revelar toda a verdade indenpendente,de qualquer coisa.Meu pai sabendo do que se passava,simplesmente responde:''Pega uma peça velha de sua roupa,rasgue e use como absorvente''.......

    É isso mesmo foi dessa forma que meu pai falou comigo,bom,na verdade tudo era novo pra mim,e assim então eu fiz,cuidei de fazer exatamente o que ele havia falado,e foi horrível,por isso vou pular ou melhor poupar detalhes.A vida não parava,na escola sofri todo tipo de preconceito,que um ser humano não poderia sofrer,hoje diagnósticado como ''bullying''.Só pelo fato de eu não ter sapatos,eu ia de chinelo,e a escola que eu estudava era estadual,e todos iam com as melhores mochilas,sapatos,os acessórios na época era a famosa marca ''pakalolo'',quem é dessa época lembra,nossa eu levava na mão mesmo,o que me importava na hora,era estudar e acabou....

          

  A  vida não era nada facíl,e parecia que tava ficando pior,eu tentava me inturmar,mais a maioria se afastava,quando resolvi entrar de cabeça nos estudos,e passei a ter notas altas,algumas garotas começaram a me acompanhar.

   Meu primeiro namorado foi na escola,eu era da 5° série e ele da 8° série,as meninas ficaram doida em ver que eu estava namorando um rapaz da 8° série,sim porque não era pra qualquer uma,mais....eu não estava acostumada com aquilo e o namoro não deu certo,logo no primeiro beijo,resolvi terminar o que mal havia começado,resultado...A minha prima pegou o cara!

 Apresento acima a minha escola

"Emef Tte Gal Gaspar Godoi Colaço"...

 Na escola cheguei a um ponto em que não tinha nem caderno pra estudar,havia na minha classe um garoto que se chamava''Marciano'',ele era muito legal e ele me ajudava nessas horas,tirava algumas folhas do caderno dele e medava onde eu fazia proveito de cada folha,era assim que eu estudava,até que chega ao conhecimento da diretora,o que me acontecia,então ela chama eu e meu irmão na sala de diretoria onde,ela pergunta se eu e meu irmão,estavamos querendo terminar o estudo,pergunta tola;era lógico que queriamos,mais do jeito que estava não dava pra continuar,então ela resolveu,nos ajudar dando o material básico daquilo que precisavamos para prosseguir.

    Consegui chegar até a minha 7° série,não pude mais prosseguir,não pude concluir com meus estudos,mais graças a DEUS,o basíco,do ler e escrever deu pra aprender,voltando pra casa do meu pai,bom,como dizia, a minha vida com minha madrasta,não era nada mole,tive que passar pelo teste de que eu chamo de "Força de Viver",tive que aprender a me virar desde cedo,tive que aprender coisas que uma criança de 10 anos,não aprenderia  se tivesse a opção de escolher,eu mesma não tive essa opção,teve que ser na raça,um certo dia meu pai e minha madrasta brigam,e sobrou pra mim,como sempre,eles brigaram e meu pai resolve se trancar no quarto,e bom,ai eu fiquei escondida atrás da porta pra ouvir a conversa dos dois,e ouvi,o meu pai dizendo pra minha madrasta que iria me colocar na Febem,que ela ficasse tranquila,que ia resolver rapidinho o meu problema,nesse dia não pensei duas vezes e foi a 1°vez que fugi da minha casa,fui pra casa da dona Helena a quem imensionei logo no começo.

  Cheguei na casa dela apavorada com o que podia acontecer comigo,ela me abraçou bem forte e perguntou o que estava acontecendo,então,eu disse de fato o que acontecia.

  Vocês pensam que ele foi me procurar,vocês pensam que ele se preoucupou em algum momento com o meu desaparecimento,não,ele tava nem ai,se não fosse a dona Helena falar com ele...

    Pelo meu pai,eu estaria desaparecida até hj,a D.Helena foi até a casa dele pra dizer onde eu estava,e meu pai foi me buscar...

 

  Talvez a coisa  mais dificíl pra mim,foi ter que conviver num ambiente que eu não era bem vinda,e o pior é você saber que sua familía não te aceita.

  Meu pai,ficou frente a frente comigo,e foi pra mim um dos momentos mais dificíeis,o de encarar o meu pai,ele se sujeitou a me maltratar,sem ao menos conversar comigo,não quiz assunto,não quiz me ouvir,não quiz saber o que estava acontecendo de verdade...

 Meu pai ali só me deu um aviso,disse que dá proxíma vez ele saberia onde me colocar;eu também sabia,a intenção dele era de me colocar na antiga FEBEM,hoje conhecida como "CASA".

 Logo no começo da minha adolescência,começei  aprontar,prescisava de um pai,e não tinha,prescisava de uma mãe,e não tinha,prescisava de alguém pra conversar e não tinha,então resolvi aprontar todas e não queria nem saber!

 Todos os meu aniversários passaram e não me lembro de ter ganhado nem se quer um parabéns de meu pai ou de outra pessoa que fosse,mais eu me lembrava do dele,dos dias dos pais,me lembrava porque uma coisa nessa minha vida eu tinha aprendido,a não ser como ele.

 Minha madrasta pra completar se deu bem com minha avó,aquela que,comentei logo no inicío,ela mesmo,a mãe do meu api,também as duas na minha opinião são iguais;se deram tão bem que uma não largava ao outra.

 Conviver com meu pai e minha madrasta foi pra mim,uma tarefa muito ruim de conviver,não foi facíl,não foi uma experiência nada boa.

 Na casa de meu pai foi imposto regras;regras nas quais eu e meu irmão tinha que cumprir,tinhamos horas para entrar,comer,banho um dia sim e outro não,hoje eu sei o que é um shampoo,porque antes o meu cabelo era lavado com sabonete,naõ faço questão de nada porque não tive opção de escolhas na minha vida!

 

 


 Com o passar do tempo,as coisas só pioraram na minha vida,assim eu tive o gosto de conhecer o siginificado da palavra"S.O.F.R.I.M.E.N.T.O",tudo o que é de ruim para uma criança na minha idade na época,eu vivi...

 

 Pra mim tudo era uma novidade,até que...

  Eu não queria mais nada na vida a não ser morrer,queria que todos que estivessem ao meu redor morressem,queria na verdade que o mundo acabasse,mais querer não é poder!

 Decidi então fugir de casa mais uma vez,e dessa vez não deu certo,dei de cara com o meu pai,meu pai falou um monte pra mim,e quando parecia tudo resolvido,piorou de novo...

 Meu pai então me proibiiu que eu saisse de casa,disse que se eu saisse,seria para nunca mais voltar,apátir dai começou a tortura.

 Ficar em casa sozinha com minha madrasta não era fácil,foi bem complicado,afinal,eu estava nas mãos dela,e meu pai nunca que ia saber do que estava acontecendo comigo,ela nunca ia permitir isso,foram dias que nunca acabavam,juro,confesso aqui,que pedia a morte todos os dias a Deus,cheguei a desafiar á Deus,mais ele só me mostrou,que tudo que eu passava ia passar era uma fase,era uma tempestade,que um dia o sol iria brilhar pra mim,era só uma questão de tempo,e eu e meu silêncio,esperei....
  Teve um dia que cheguei um minuto atrasada em casa,e minha madrasta não me deixou entrar,dormi fora de casa,a casa do vizinho tava vazia,entrei lá e dormi na varanda,passei frio e fome;muitos reclamam da vida daquilo que tem,eu não tive esse previlêgio,tive que passa tudo,sem reclamar de nada,mas é claro que eu reclamava,afinal,eu queria mesmo era morrer,pra não dá mas trabalho a ninguém...

  Resolvi então as coisas do meu jeito,resolvi,não obedecer,resolvi,ser indepedente,fiz errado?...Fiz...mas foi melhor assim,pra mim cheguei a conclusão da vida,é melhor ser o que eu sou,do quer ser o que os outros quizessem que eu fosse.

  Falar de minha vida,é reviver tudo,é sofrer em dobro,mas,é um sonho que estou realizando em desabafar da minha forma,porque nunca tive oportunidade de conversar com ninguém,porque toda vez que eu tentava,ninguém acreditava,por muitas e muitas vezes tentei desistir desse sonho,só que avontade falou mas alto,e hoje estou aqui,realizando!

 Voltando ao que interessa,minha madrasta era tão ruim,que não deixava nem que eu e nem meu irmão,usassemos as coisas que meu pai comprava,tipo:meu pai comprava um shampoo,por ex,eu não podia usar,meu cabelo parecia bucha,de tão duro e seco que era,porque eu lavava com sabonete,uma certa vez meu pai comprou,um pote de doce-de-leite,e ela não deu nem pra nós,então num deslize dela,eu resolvi pegar um pouco,acreditem ela notou que foi mexido,ela nos chamou,e pediu que eu e meu irmão sentassemos na mesa,e que um de nós confessassemos,quem de nós dois havia mexido no doce dela,bom,eu falei que tinha sido eu,ela pediu que meu irmão saisse dali,e a tortura começou,minha madrasta colocou aquele pote de doce na minha frente,me deu uma colher,e me fez comer o doce do pote inteiro....Eu não tinha direito nem de beber agua,pedi por várias vezes,que pelo amor de Deus,que ela me desse água,mas sem sucesso,acreditem eu fiquei 8 anos,sem poder ver um pote desse de doce na minha frente,a minha garganta queimava,fiquei por dias,com a garganta doendo,e meu pai,nem sonhava com isso.

 Eu por minha vez,tentava achar uma solução,para que tudo aquilo se acabasse,pensava em muitas coisas,e na maioria das  vezes até me arriscava em algo,isso mesmo,por diversas vezes,tentava acabar com minha vida.

 Minha madrasta me odiava,e eu odiava ela,pra vocês terem idéia eu nem alcançava a pia de lavar louça,pegava uma cadeira para poder lavar,era assim e não tinha como fugir,um dia aconteceu algo,que pensei três vezes para mencionar aqui,mais fez parte de minha vida e vou falar sim,uma vez estava lavando louça,e derrepente minha madrasta pediu que eu parasse de lavar e fosse ver algo,que ela estava vendo,era do lado esquerdo da parede da pia....enfim....havia uma mancha de extrato de tomate,que ela dizia que estva ali por minha causa,eu disse que não,e ela disse que sim tinha sido eu,bom,ela me fez me ajoelhar dianta daquela parede e me fez lamber,isso mesmo,me lambar até que aquela sujeira toda saisse,mais só aprei quando ela viu,que minha lingua começou a sangrar,ai sim ela fez eu parar com um acordo,que ninguém soubesse o que tinha acontecido comigo,infelizmente isso aconteceu,ninguém até hoje soube disso.

 Meu pai,nunca foi pai pra mim,hoje em dia conversamos o básico,mais tem 12 anos que não o vejo,e nem faço ideia de como esteja ele,assim de aparência,todos dizem que eu devo perdoar,mas meu coração ainda não tá preparado pra isso,talvez um dia,num tempo isso pode acontecer,mais hoje,não,impossível.

 Durante a minha infância,eu não tinha uma roupa descente,nova que seje,a minhas roupas intímas eram usadas,e detalhes de mulheres bem mais velhas que eu;eu tinha que dá nó nas ''calcinhas'',para que me servissem,não tenho vergonha em falar isso,até porque já aconteceu coisa pior,eu já cheguei ir pra escola sem ''calcinha'',por não ter,então que diferença faz,nenhuma.

  Quando chovia,humm,ai sim era ruim,minha madrasta não deixava de maneira nenhuma que eu e meu irmão ficassemos dentro de casa,durante o dia,ficavamos,do lado de fora,até passar o dia,mesmo com chuva,em hipótese alguma,ela chamava para entramos,era frio e chuva,o dias difícieis.

 Eu na verdade não tinha nem sapatos pra ir a escola,uma certa vez eu resolvi pegar escondido um sapato de minha madrasta,que nem me servia,porque diante de tudo,das minhas dificuldades,eu gostava de ir á escola,só que deu errado,ela viu,e...ela me pegou de jeito,ela me deu uma surra de mangueira de chuveiro,fiquei com as pernas e braços roxos,não conseguia sair do lugar,então ela mandou que eu fosse descalça pra escola,consegui caminhar até o portão da minha casa,e ali eu cai,nesse mesmo horário meu pai estava chegando para almoçar e me viu caida no chao e eprguntou o que era aquelas marcas nas minhas pernas e braços,eu disse que tinha sido a Rosana,a minha madrasta,ele disse,levanta daí e vai dar parte dela na polícia...mas como eu iria sozinha?como? se eu não conseguia nem andar?....
 
 Continua.......

Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Google-Translate-Portuguese to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese

Rating: 2.6/5 (167 votos)




ONLINE
1








Beijo

Sejam bem vindo !